A Rússia recusou, na quarta-feira, pronunciar-se sobre a proposta norte-americana para um cessar-fogo de 30 dias na Ucrânia, afirmando que “aguarda pormenores” da Administração Trump.
“Os enviados norte-americanos disseram que nos iam enviar informações detalhadas, através de vários canais, sobre o teor das negociações que decorreram na Arábia Saudita. Primeiro, temos de receber essas informações”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, recusando fazendo qualquer comentário adicional sobre a proposta acordada entre os EUA e a Ucrânia, que prevê a cessação total das hostilidades durante um período de 30 dias.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que participou nas negociações, avançou que, na quarta-feira, mesmo as autoridades norte-americanas iam contactar as suas congéneres russas para dar todas as informações necessárias. “Aguardamos ansiosamente pela resposta e exortamos fortemente a que considerem cessar todas as hostilidades. Se disserem que não, então, obviamente, teremos de avaliar a situação e tentar perceber quais são suas verdadeiras intenções. Isso dir-nos-á muito sobre os seus objetivos e a sua posição [sobre o fim do conflito]”, afirmou o chefe da diplomacia dos EUA.
Já o Presidente norte-americano, Donald Trump, confirmou que representantes da sua Administração “estão a caminho de Moscovo” e indicou que recebeu “mensagens positivas” sobre a possibilidade de uma trégua. “Espero que a Rússia concorde com o cessar-fogo. Se o fizer, julgo que teremos percorrido 80% do caminho para acabar com este horrível banho de sangue”, afirmou Trump, avisando que as consequências serão “devastadoras” para a Rússia se decidir continuar com a guerra. “Há coisas muito desagradáveis que poderíamos fazer em termos financeiros. Seria muito mau para a Rússia”, ameaçou.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse na quarta-feira esperar “medidas pesadas” dos EUA contra a Rússia se Vladimir Putin rejeitar o cessar-fogo. “Os EUA deram a entender que haverá medidas duras. Não conheço os pormenores, mas estão relacionadas com sanções e o reforço da posição da Ucrânia”, avançou Zelensky.